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O dragão da inflação e o Plano Real

Me parece que ninguém lembra dos períodos de instabilidade e hiperinflação. Ao menos a "geração do Plano Real" não lembra. Nem faz idéia do que é inflação na casa do 45% ao mês.

Não lembra o desespero de travar uma batalha contra o tempo pois em questão de minutos a maquininha de remarcar preços já agia sobre as mercadorias.

Em bem pouco tempo valia bem menos o dinheiro que uma pessoa tinha para comprar alguma coisa.

Existia mais uma figura mítica, "o dragão da inflação", que devorava salários, economias pessoais e das empresas.

Para lembrar:

  • 1986 - Troca do cruzeiro pelo cruzado e congelamento de salários. 79,66% de inflação pelo IPCA.
  • 1987 - Plano Bresser para conter o déficit público. Preços e salários congelados. A inflação atingiu 363,41% pelo IPCA no ano.
  • 1989 – Plano Verão. Congelamento de preços e salários. Troca do cruzado pelo cruzado novo. Plano causou desajustes à poupança e levou à inflação, pelo IPCA, a 1.972,91% no ano (hiperinflação).
  • 1990 – Plano Collor. Congelamento dos bens privados. A moeda muda novamenta, saio o cruzado novo e volta o cruzeiro. Inflação de 1.620,97%, pelo IPCA.
  • 1991 – Plano Collor II. Ajuste de tarifas públicas e redução de alíquotas de importação. Inflação em 472,7%, pelo IPCA.
  • 1993 – Plano Real tem início em Junho, com um conjunto de medidas voltadas para a redução e maior eficiência dos gastos da União; recuperação da receita tributária federal; maior controle dos bancos estaduais; e aperfeiçoamento do programa de privatização, entre outros. A inflação atingiu 2.477,15%, pelo IPCA.
  • 1994 - Edição da Medida Provisória nº 434, de 28 de fevereiro de 1994, que cria a Unidade Real de Valor (URV) e prevê sua posterior transformação no real. No primeiro dia do mês de Julho, a URV é substituída pelo real. Plano Real também previa a renegociação da dívida externa; preços e salários livres; salário mínimo reajustado anualmente; aceleração do processo de privatização, entre outros. De janeiro a julho de 1994, a inflação fica em 757,29%. Nos últimos seis meses do ano, já com o real em circulação, a inflação cai para 244,86%.
  • 1995 - Inflação de 22,41% pelo IPCA.
  • 1996 - Inflação de 9,56% pelo IPCA.
  • 1997 - Inflação de 5,22% pelo IPCA.
  • 1998 - Inflação de 1,66% pelo IPCA.
  • 1999 - Inflação de 8,94% pelo IPCA.
  • 2000 - Inflação de 5,97% pelo IPCA.
  • 2001 - Inflação de 7,67% pelo IPCA.
  • 2002 - Inflação de 12,53% pelo IPCA.
  • 2003 - Inflação de 9,30% pelo IPCA.
  • 2004 - Inflação de 7,6% pelo IPCA.
  • 2005 - Inflação de 5,69% pelo IPCA.
  • 2006 - Inflação de 3,14% pelo IPCA.
  • 2007 - Inflação de 4,46% pelo IPCA.
  • 2008 - Inflação de 5,9% pelo IPCA.
  • 2009 - Inflação de 4,41% pelo IPCA.
  • 2010 - Inflação de 5,91% pelo IPCA.
  • 2011 - Inflação de 6,5% pelo IPCA.
  • 2012 - Inflação de 5,85% pelo IPCA.

De 1986 até 1990, houve o corte de 9 zeros na moeda, que mudou de nome três vezes até a entrada em vigor da Unidade Real de Valor que se transformou no Real dos nossos dias.

Nos três últimos meses que antecederam o lançamento do Plano Real, a inflação mensal foi de 42,68% em abril de 1994, 44,03% em maio daquele ano, e de 47,43% em junho. Encerrando o primeiro mês com a nova moeda já em vigor, a inflação foi de 6,84% no mês e atingiu 1,86% no mês de agosto daquele ano.

A maior inflação chegou a 2.477,15% (anual) em 1993, e a menor inflação foi de 1,66% (anual) em 1998.

Em 1997, mesmo com a crise dos Tigres Asiáticos (Coréia do Sul, Hong Kong, Taiwan e Cingapura) o IPCA foi de 5,22%.

Com a crise da moratória Russa em 1998, nosso país passou por prejuízos de arrecadação de impostos, levando a um déficit fiscal e mesmo assim fechou o ano com 1,66% pelo IPCA, muito embora o reflexo da crise atingiu o ano seguinte, 1999 - Inflação de 8,94%.

O Plano Real fez 19 anos em 1 de Julho de 2013 e aqueles que nem haviam nascido em 1994 não fazem a menor idéia de que foi ele quem estabilizou nossa economia, acabando com a inflação galopante que vinha dos governos anteriores.

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