Em 2024, muitas pessoas que tem menos de 40 anos desconhecem a experiência da hiperinflação e, ainda menos, compreendem o impacto real de uma inflação mensal de 45%.
Vamos retroceder no tempo: a batalha diária contra o relógio, onde a remarcação de preços era uma realidade em minutos, e o poder de compra desaparecia quase instantaneamente. Recordem-se do temido "dragão da inflação", uma entidade mitológica que devorava salários, economias pessoais e reservas corporativas?
Reflitamos sobre alguns marcos cruciais:
- De 1986 a 1990, vivenciamos a supressão de 9 zeros na moeda, com três alterações de nome até a consolidação do Real.
- Em 1993, a inflação atingiu seu auge, alcançando incríveis 2.477,15%.
- Em 1994, o Plano Real foi implementado, resultando em uma redução drástica da inflação.
- Em apenas três meses, a inflação mensal despencou de 47,43% para 6,84%. O pico foi em 1993, com 2.477,15%, e a mínima em 1998, registrando 1,66%.
Apesar do êxito inicial, o real enfrentou desafios com o passar do tempo, e a moeda tem perdido seu poder de compra, embora em uma proporção muito mais moderada em comparação ao cenário de hiperinflação. A inflação acumulada desde a implementação do Plano Real até julho de 2023 atingiu 677,50%. Em julho de 1994, uma cédula de R$ 100 cobria o valor de um salário mínimo e ainda sobrava troco. Contudo, em 2024, são necessárias 14 notas de R$ 100, e ainda falta um adicional de R$ 12 para alcançar o valor do salário mínimo.
O Plano Real, que celebra 30 anos em 27/02/2024, foi o impulso decisivo para a estabilização econômica, encerrando a era da inflação descontrolada. Aqueles que não testemunharam o ano de 1994 podem subestimar, mas o Plano Real foi o herói que precisávamos, não o que merecíamos, para estabelecer a estabilidade em nosso país.
Explore os bastidores do Brasil enfrentando a hiperinflação nos anos 90 com o filme Real: O Plano por Trás da História. Dirigido por Rodrigo Bittencourt, o longa mergulha nos desafios e pressões enfrentados por uma equipe de economistas confinados em um bunker em Brasília, enquanto elaboram o revolucionário Plano Real. Baseada no livro 3.000 Dias no Bunker de Guilherme Fiuza, a narrativa oferece uma visão única dos eventos que moldaram a estabilidade econômica do país.